![]() |
|||||
|
Da idiotia útil ao activismo - Uma interpretação marxista do desenvolvimento dos computadores
Bob Hughes (*)
Introdução Graças a antropologistas como Sahlins (15) e aos estudos que começaram nos anos 1960 e 1970 sobre a "criação da pobreza mundial" (8), sabemos agora que a história humana não é a tradicionalmente assumida ascenção gradual da penúria para a prosperidade, mas uma sucessão de abruptas caídas da abundância para a escassez, da escassez para a precaridade. Que papel desempenham as tecnologias em tudo isto? É, claramente, um papel importante! Este artigo é uma primeira abordagem a uma grande discussão, cujo principal nódulo de problemas parece incluir:
Sistemas de eliminação de excedentes ajudados por computador Em 1966, os economistas marxistas independentes Paul A. Baran e Paul M. Sweezy apresentaram uma robusta análise da evolução do capitalismo, ricamente documentada, desde os tempos de Marx até à era das corporações gigantes, na qual a competição teria sido eclipsada pelo oligopólio e o monopólio, enquanto o problema dos "dividendos em queda" é substituído pelo pesadelo ainda maior da "tendência dos excedentes para subir". O seu livro 'Capital Monopolista - um ensaio sobre a ordem económica e social americana' apresenta um retrato do capitalismo apanhado, como um aprendiz de feiticeiro, entre a necessidade de extrair grandes e sempre maiores lucros e a de, depois disso, encontrar vias para o investimento desses lucros, de modo a que possam gerar ainda mais lucros, para os quais investimentos ainda mais lucrativos devem ser encontrados, e assim ad infinitum . O excedente, por exemplo, deve ser incrementado de modo a suportar uma sempre crescente cotação bolsista e distribuição de dividendos, logo os salários devem ser comprimidos, mas isso faz perigar a procura, o que ameaça uma recessão - a qual é evitada, tradicionalmente, pelas despesas em bens de luxo e em armas, guerras e suas sequelas, bem como de em items de prestígio (catedrais, edifícios sede das empresas, altos salários executivos, etc.). Baran e Sweezy observam que duas adicionais vias de escape se apresentaram desde os tempos de Marx. A primeira foram as "inovações que fazem época", tais como os caminhos-de-ferro e a automobilização, as quais provocam um rearranjo total da tessitura da vida social, de modo que tudo possa ser construído de novo de raiz. (A electrónica é certamente uma dessas inovações - no entanto há uma enorme penúria de pesquisa sobre este assunto). A segunda é o "esforço de vendas" que, desde o início do século XX, passou para além do mero "reclame", invadindo a própria produção, a um tal ponto que é agora quase (mas não totalmente) impossível descobrir qual seria o verdadeiro custo de alguma coisa, se ela fosse produzida simplesmente para o seu uso adequado e conveniente. Por exemplo, apoiando-se num estudo detalhado de Fischer, Grilliches e Kaysen (7) sobre os custos das mudanças estilísticas dos automóveis entre 1949 e 1960, eles estimam que um carro médio (então custando à volta de $2.500 dólares norte-americanos) podia, num sistema puramente centrado sobre as necessidades humanas, ser produzido por à volta de $700 dólares, sendo além disso mais fiável, adequado e durável. E, para muitas pessoas, mesmo este custo podia ser reduzido: num mundo centrado sobre as necessidades humanas haveria menos compulsão para possuir carros, ou para usá-los para algo mais do que o prazer. Enquanto o século XX avançava, o esforço de vendas invadiu crescentemente a manufactura, a pesquisa e o desenvolvimento, que se tornaram universalmente subordinados ao marketing, e agora (desde cerca de 1980) inclui até a maioria da pesquisa universitária, a qual deve perseguir objectivos desejados pela indústria, dentro das balizas temporais por ela definidos. Como diz George Monbiot: " O Negócio agora posiciona-se como cão de guarda às portas da percepção. Apenas às demandas que sirvam os seus propósitos é permitido que passem " (14). A moda e outras formas de obsolescência planificada permitiram a gerações inteiras de produtos, de mais e mais géneros, serem "retiradas antecipadamente", de modo a que os mesmos produtos possam ser vendidos vezes sem conta às mesmas pessoas. Esta é, obviamente, uma situação extremamente familiar na era das "Tecnologias da Informação" (TI). Graças à electrónica, não apenas linhas de produtos mas indústrias inteiras podem agora tornar-se obsoletas repetidamente: a fotografia e cinematografia baseadas em filme, os telefones de rede fixa - excelentes notícias para os capitalistas em busca de novas saídas para investimento, mas não houve um estudo como o de Baran e Sweezy desde que a electrónica começou a invadir o mundo das mercadorias. Talvez isso se deva ao facto de as electrónicas terem chegado ao mesmo tempo que o consenso Thatcher-Reagan, que pôs obstáculos terminantes a este tipo de estudos. Mesmo num primeiro relance, parece bem claro que os processos identificados por Baran e Sweezy estão agora em grande aceleração. Podemos até começar a ter uma noção de como os computadores que temos diferem dos que podíamos ter, se não tivessem de considerar sempre em primeiro lugar as necessidades de sobrevivência do capitalismo. A electrónica, em quase todo o tipo de produto e actividade, consegue benefícios muito vendáveis, mas em que extensão são estas inovações genuínas e socialmente necessárias ou são antes iniciativas de marketing? E em que medida é que "o usuário foi configurado" para necessitar delas (para usar a expressão de Steve Woolgar (17) ) ? Em 1966 a distinção entre estilo e função era mais clara, mas as electrónicas permitiram um grande embotamento das distinções. Em certa medida, parece que temos dois poderosos fenómenos num só: as inovações que fazem época e o esforço de vendas, combinando-se para gerar uma onda de obsolescência sem precedentes. A possibilidade de adicionar novas funções às antigas, que não existia em qualquer outra prévia tecnologia, permitiu que o computador pessoal fosse revendido ao mesmo usuário, para fazer mais ou menos o mesmo trabalho, em cada dois ou três anos. (Você agora tem de comprar um ecrã de cinema caseiro se quiser continuar a fazer processamento de texto). E isto é na verdade apenas a ponta do iceberg. A incorporação das electrónicas, por exemplo, nos sub-sistemas dos automóveis torna-os impossíveis de reparar. O usuário é obrigado a comprar uma peça de substituição inteira, só disponível no fabricante original. As grandes corporações aniquilaram assim de uma assentada a competição dos garageiros de esquina e pequenas lojas de reparações - efectivamente dizimando, sem qualquer oposição, um inteiro estrato sócio-económico apenas para o seu lucro temporário. Um meio social permeado pela ideologia da moda facilita a aceitação disso. Os computadores permitiram que o "tempo médio entre falhas" dos bens manufacturados fosse sintonizado para tolerâncias muito finas - não mais material vai para o produto do que é necessário para o ajudar a sobreviver em uso por um arbitrário número de anos. A poupança daí decorrente acresce ao lucro e o fabricante pode planear antecipadamente sabendo que o produto será substituído após X anos. Deste modo, mesmo um produto de aparência tão sólida como um tractor Caterpillar pode, em devido tempo, dissolver-se no ar. Entretanto, o usuário foi cuidadosa e lucrativamente "configurado" por especialistas de contabilidade para aceitar com normalidade o conceito de "período de vida incorporado". Há muito mais a assinalar nesta veia, é claro: a precarização do trabalho (3) (11), a desqualificação (5), a sub-contratação e a fuga de capitais, com todos os danos ambientais e humanos que lhe estão associados (9) (13); e a fascinante possibilidade de que mesmo "desastres de alta tecnologia" possam desempenhar um importante papel de absorção de excedentes (p. ex., as falências dot-com dos anos 2000-2001 e a aparente preferência da indústria capitalista por tornar os projectos de TI em ataques massivos ao estilo militar ou "marchas da morte" (10). Os desastres das TI parecem um mecanismo de último recurso quase perfeito para eliminação de excedentes: eles não deixam qualquer rasto físico, para além de algumas pilhas de documentação em suporte tornado ilegível e computadores pessoais de segunda mão. Precisamos de um grande debate sobre as "reservas" - as áreas da vida que estão fora ou escondidas dentro do capitalismo: famílias, amizades e colectivos de trabalho, "sociedades tradicionais" (e as coisas robustas e elegantes que estas pessoas produzem). E também sobre as reservas a que é, relutantemente ou de forma manipulativa, oferecido reconhecimento oficial: os departamentos "criativos" das indústrias de publicidade, igrejas, as indústrias de "crescimento pessoal", os "círculos de qualidade", as "indústrias criativas" em geral. A maior parte desta discussão centrar-se-ia nas consequências letais decorrentes de os indivíduos aceitarem e mesmo defenderem o princípio do confinamento em "reservas" - e ainda mais nas forças psicológicas que as fazem actuar dessa maneira, tornando-as, para usar um rótulo cruel mas historicamente importante, "idiotas úteis" para o capitalismo. Precisamos de uma taxonomia das "idiotias úteis" Uma coisa fascinante sobre os "idiotas úteis" é que esta expressão nunca foi usada por Vladimir Ilych Lenine. Ao que parece, o termo foi idealizado nos E.U.A. por anti-comunistas profissionais durante a guerra fria (4) e depois atribuída a Lenine. Este pode talvez ser o mais notório exemplo histórico de uma "transferência" kleiniana: uma tentativa de denegrir o socialismo, e tudo o que remotamente esteja associado a ele, atribuindo-lhe o traiçoeiro e arrepiante carácter manipulativo do próprio capitalismo. Tudo de forma a melhor dissimular a terríveis extensões em que o capitalismo faz idiotas de nós todos. As TI são centrais ao capitalismo, e produziram um manancial prodigioso de Idiotas Úteis, da "economia imponderável" em diante. Comuns e reveladoras características da Idiotia são, por exemplo, a predisposição fascizante para o uso do pronome "nós", bem como uma paixão justiceira para a defesa da Humanidade contra as atenções tirânicas dos tecnocratas - silenciando outros tipos de opressão, em especial os que operam nos locais onde os "nossos" computadores são feitos e programados, bem como na maioria dos locais em que eles são usados. Isto passa-se assim sem que dê origem ao mínimo reparo da imprensa profissional. O venerado Ben Shneiderman inicia o seu recente livro 'O portátil de Leonardo' (16) com a declaração de que: Chegou a altura de o mundo da alta tecnologia prestar mais atenção às necessidades da humanidade . E então explana uma visão futurista do uso do computador que se parece espantosamente com o colonialismo vitoriano. Quando viaja, diz ele, a "humanidade" será capaz de escolher "guias locais contratados pela sua personalidade colorida ou conhecimentos botânicos" (p. 10). Como Charlie na 'Fábrica de Chocolate', a "humanidade" será servida por delicada gente estrangeira e aplaudida pelos seus sempre adorados parentes, em todo o caminho: " Imagine que após uma escalada ao nascer do sol, você atinge o cume. Você abre o seu telemóvel e envia uma vista panorâmica para os seus avós, pais e amigos. Eles ouvem o som dos pássaros, cheiram o ar da montanha, sentem a frescura da brisa e partilham os seus sentimentos de sucesso. Podem ouvir-se uns aos outros aplaudir e apontar aos pássaros ou clicar em outros picos para descobrir mais. Eles lembram-se como, na sua última escalada, um deslize rochoso fez com que entrasse inconsciente numa urgência hospitalar. Nessa ocasião, felizmente, o seu 'registo médico universal' ajudou a médica local a tratar de si. Ela pôde ter acesso à sua história médica, com anotações na sua língua local, o que a ajudou a prescrever-lhe o tratamento adequado. A escalada de hoje teve um desenlace mais feliz, o que restaurou a confiança em toda a gente" (p. 1) Isto é "socialismo numa só pessoa"! Nesta utopia, não há reconhecimento de que uma larga parte da população mundial nunca fez uma chamada telefónica (**) , para não falar já em usar um computador. Ou de que a tecnologia descrita pelo autor depende de salários baixos, banditismo e miséria que ele nunca toleraria sobre si próprio. Não nos é dito se a médica estrangeira que diagnosticou o nosso herói também usa de todas estas altas tecnologias (na sua "língua local" ou não), mas a minha percepção é que não. Esta é uma revolução de consumidores. As pequenas gentes estrangeiras por detrás do balcão não fazem parte da equação. Talvez gostem do seu trabalho, talvez não. Eles estão simplesmente "ali", como o Monte Evereste. Michael Dertouzos é um outro escritor do mesmo género. Trata-se do altamente respeitado ex-dirigente do Laboratório de Ciências Computacionais do Massachusetts Institute of Technology (MIT), logo o que diz é tomado muito a sério. Ele até assiste (assim no-lo diz) às reuniões do Fórum Económico Mundial em Davos, onde os mais poderosos homens de negócios e políticos decidem as políticas para todos os restantes de nós. No seu livro de 2001 'The Unfinished Revolution' (6), Dertouzos reconhece que a pobreza existe. Reconhece mesmo que ela existe nos E.U.A.: " Na economia norte-americana, uma média de $3.000 dólares em hardware, software e serviços relacionados é gasta todos os anos por cidadão. No Bangla Desh é $1 dólar, segundo a embaixada desse país. Suspeito que se pudesse encontrar uma "embaixada" que representasse os americanos pobres, ou os pobres de qualquer nação industrial, encontraria uma dissonância igualmente grave entre as despesas em tecnologia de informação no guetto e nos subúrbios. " Mas então ele revela algumas percepções assustadoras que se esperaria terem morrido com o Raj britânico: de que os povos do mundo são de algum modo felizes, mesmo afortunados, na sua pobreza, e também lastimosamente desamparados. Sugere ainda que eles não sabem alimentar-se a si próprios ou tomar conta da própria saúde, necessitando da "nossa" ajuda - a qual lhes será prestada carinhosamente, permitindo-se-lhes que trabalhem para nós e nos vendam coisas, baratas. Dertouzos prevê serviços globalizados de aconselhamento Internet, em que mulheres "do Oriente", pobres-mas-felizes, ociosas, estereotipadamente sagazes, providenciam consolo às atormentadas mulheres ricas (e porquê apenas mulheres) do "Ocidente": " Mulheres indianas mais velhas e experientes poderiam passar bastante tempo na net conversando com divorciadas ocidentais, que poderiam beneficiar dos seus conselhos a custos substancialmente inferiores aos honorários dos seus psicólogos. A falta de tempo que caracteriza os ocidentais poderia ser contrabalançado pela sua abundância para as pessoas na Índia ." Nenhuma sugestão é feita para usar mulheres pobres norte-americanas para prestar este serviço. Porque não? Elas estão na mesma zona horária e até falam a mesma língua que as divorciadas. E Deus sabe quanto elas precisam do dinheiro! Porque não poderia esta função ser desempenhada pelo famoso rebotalho dos parques de atrelados ("trailer-park trash") do seu próprio país? Dertouzos não o diz. Nenhuma carreira é posta em risco por se propor revoluções deste tipo. Elas não fazem balançar o barco e não ameaçam nenhuns interesses estabelecidos. Pelo contrário, os patrocinadores empresariais das suas universidades ficam certamente muito felizes por ver estes cenários apresentados como "o futuro" (e gratuitamente, por editoras de renome) porque é um futuro que eles adorariam abastecer. Na verdade é um futuro do qual eles têm absoluta necessidade! Ele envolve muita largura de banda, muitos apetrechos, muito para despertar a excitação dos investidores. Podem os trabalhadores por computador tomar consciência do seu poder? O trabalho por computador está ligado a todas as outras actividades à face da Terra - e tem um genuíno potencial revolucionário. Pode ser usado para sugar ainda mais lucro aos mais pobres dos pobres. Mas também pode servir para dar-lhes poder. A sua assimilação por tantos dos mais destacados aspectos da vida moderna implica que é preciso ser-se intensamente obtuso para não notar as conexões. Para muitas pessoas, o aspecto politicamente mais importante dos computadores é e sempre foi a auto-disposição, e a sensação de auto-disposição, que se pode experimentar, ou perder, ao usá-los. A auto-disposição não é algo que um sistema autoritário possa encarar com facilidade: a impotência e o desespero são o que ele prefere. E pessoas que podem fazer coisas por elas próprias são sempre menos comandáveis e mais questionadoras que as pessoas que o não podem. É certamente por isso que pessoas como Douglas Engelbart, cujo objectivo sempre foi o aumento das capacidades humanas, encontraram no capital um cliente tão relutante e um aliado tão traiçoeiro. Por isso também é que a possibilidade de controlar e verdadeiramente possuir os nossos computadores, programando-os nós próprios, se torna cada vez mais remota. Por isso ainda, finalmente, é que o debate público e democrático sobre o que verdadeiramente queremos dos nossos computadores não está sequer na agenda (apesar do facto de pelo menos um conceito fundamental - a programação orientada por objectivos - ter emergido directamente desse debate, na Noruega nos anos 1960). Os computadores são inerente e inescapavelmente políticos porque são sobre o poder. Uma grande quantidade de energia é empregue a negar este facto, mas a tradição política é rica - do movimento 'Participatory Design', com as suas raízes no sindicalismo da Escandinávia e Inglaterra nos anos 1970, até aos movimentos por software livre e aberto, passando pela ubíqua, irreprimível e anárquica sub-cultura hacker. Algumas pessoas divisam esperança na forma como certas secções do mundo computorizado se tornaram novamente aberta e activamente politizados - particularmente o movimento Independent Media Centre (Indymedia), que começou a sua vida durante as demonstrações contra a Organização Mundial do Comércio em Seattle, em Novembro de 1999, tendo depois explodido, transformando-se num enorme fenómeno mundial auto-organizado. O Indymedia e numerosas outras novas redes activistas desempenharam um papel importante na mobilização, coordenação e sustentação da oposição popular mundial maciça às invasões do Afeganistão e Iraque, em 2002 e 2003, ordenadas pelos governos britânico e dos E.U.A.. É um facto, porém, que as invasões prosseguiram de qualquer modo. E, entretanto, refugiados desses países, bem como de muitos outros, são perseguidos pelos nossos governos, com poucos protestos populares - e com o apoio entusiástico de secções inteiras, das mais destacadas, da indústria das TI, que competem entre si para providenciar novas tecnologias de e-fronteiras, sistemas de identificação bio-médicos, serviços de monitorização e vigilância electrónicas. Esses sistemas são construídos, com carinho e industrioso amor, por pessoas normais e decentes como eu, você ou Ben Shneiderman. O mundo necessita urgentemente de sistemas que dêem poder às pessoas que o não têm - mas isso nunca acontecerá enquanto estas não se tornarem pessoas reais, seres humanos de carne e osso, com nomes, para aqueles que podem e querem fazer esse trabalho. Para isso se cumprir não há atalhos tecnológicos. Dependerá sempre de um activismo real, de pés bem assentes no chão, ao lado dos oprimidos.
(*) Bob Hughes é um escritor, professor e activista inglês. Começou a vida como caligrafista e professor primário nos anos 1970, estando ligado ao mundo dos computadores e dos hiper-media desde 1987. É autor do livro 'Dust or magic - creative work in Cyberia' (2000), organizador de uma conferência anual para trabalhadores informáticos e de campanhas de solidariedade com imigrantes. Diversos escritos seus podem ser lidos no seu sítio na rede. (**) O número geralmente citado para isto é metade, o que aparentemente se originou num artigo de 1995 da revista 'The Economist'. É provavelmente uma avaliação correcta. Ver Google Answers: "What percentage of the world has made a phone call?". _____________________________ (1) Banaji, J. (2003). "The Fictions of Free Labour: Contract, Coercion, and So-Called Unfree Labour." Historical Materialism 11(3): 69-95. (2) Baran, Paul A. and Paul M. Sweezy (1968). Monopoly Capital - An essay on the American Economic and Social Order. Harmondsworth, Penguin. (3) Benner, C. (2002). Work in the New Economy - Flexible Labor Markets in Silicon Valley , Blackwell. (4) Boller, P. and John George (1989). They Never Said It: A Book of Fake Quotes, Misquotes, and Mis-Leading Attributions, Oxford University Press. (5) Cooley, M. (1987). Architect or bee? : the human price of technology. London , Hogarth. (6) Dertouzos, M. (2001). The Unfinished Revolution - Human-Centered Computers and What They Can Do For Us. New York , HarperCollins. (7) Fisher, Franklin M., Zvi Grilliches and Carl Kaysen (1992). "The costs of automobile model changes since 1949"; Journal of Political Economy, October 1962. (8) Hayter, T. (1990). The Creation of World Poverty, Pluto. (9) Hughes, B. (2003). Capitalism, Computers and the Class War on Your Desktop , trAce online writing centre. (10) Hughes, B. (in press). Dust or Magic - creative work in Cyberia, (2nd edition), Bosko Books . (11) Huws, U. (2003). The making of a cybertariat?: Virtual Work in a Real World, Merlin. (12) Luxemburg, R. (1913). The Accumulation of Capital, Routledge. (13) Mazurek, J. (1999). Making Microchips - Policy, Globalization, and Economic Restructuring in the Semiconductor Industry. Cambridge , Massachusetts , The MIT Press. (14) Monbiot, G. (2000). Captive State : the Corporate Takeover of Britain , Macmillan. (15) Sahlins, M. (1972). Stone Age Economics. London, Tavistock. (16) Shneiderman, B. (2002). Leonardo's Laptop: Human Needs and the New Computing Technologies, MIT. (17) Woolgar, S. (1991). Configuring the User: the case of usability trials. A Sociology of Monsters. J. Law, Routledge.
|
||||
|
|||||
![]() |